sexta-feira, 4 de maio de 2012

Reformando uma Fender Stratocaster Deluxe

Hoje vou mostrar os procedimentos de reforma de uma Fender Stratocaster Deluxe Americana, série de comemoração dos 60 anos da Fender. A guitarra é excelente, mas estava um pouco surrada pelo uso e necessitava de alguns reparos.
Esta é a guitarra:

Ela estava com 4 molas na ponte:
A encaixe do braço estava desalinhado, o braço não encaixava perfeitamente.

Uma parte do braço estava meio áspera, o que deixava a tocabilidade desconfortável. Era entre o braço e a escala.

A parte do Headstock estava bacana, interessante são essas tarraxas com travas.

Já os captadores estavam um pouco enferrujados, o que é normal de acontecer com o uso. A ponte também tinha alguns carrinhos oxidados.
No encaixe do braço as roscas estavam espanadas, o que deixava o braço frouxo e dificultava a tocabilidade.
Desmontei a guitarra, olha que interessante essa parte elétrica. Abaixo a ponte e os carrinhos também.
Para tirar a ferrugem dos carrinhos, comprei um produto utilizado para refomação de ferrugem e apliquei, deixando de molho as peças.
Depois retirei as peças e deixei 24 horas secando, conforme orientações do produto. Ficou assim:
Por fim passei esmalte incolor nas peças, para evitar que oxidassem rapidamente.
A escala estava meio aspera, então protegi os trastes e passei uma lixa, inicialmente uma 400 e posteriormente uma 600. O resultado ficou bom.
Posteriormente passei um líquido especial para escala escuras, para dar o acabamento final.

Na parte elétrica, especialmente nos potenciômetros, injetei álcool isopropílico com uma seringa bem fina. Isso é bom, porque o álcool evapora posteriormente, deixando os contatos limpos.


O captador da ponte estava bem oxidado na parte superior, então, passei o produto para remover ferrugem. Posteriormente, passei uma lixa fina e bombril ao final. Nos outros dois captadores, apenas lixei e passei bombril, sendo que nos três captadores coloquei fita para proteger o captador.

 Por fim, passei esmalte incolor na parte metálica para proteger contra novas oxidações.
Agora, a questão mais delicada desta reforma, que era as roscas onde se parafusa o braço ao corpo. Para resolver isso, coloquei palitos de dentes com super bond nos 4 buracos.


 Por fim, cortei os palitos e limei para ficar bem rente.
Tive que fazer algo semelhante no corpo, mas utilizei apenas um palito em cada buraco e não refiz ele completamente.
 
 
Por fim, rosquiei o braço no corpo.

Guitarra montada ainda sem a ponte:
Montei a ponte, o interessante é que as oitavas são reguladas de uma maneira diferente, pois a posição dos carrinhos é controlada por um parafuso que fica na parte de baixo.


Por fim, montei ela e regulei as oitavas. O bacana dessa guitarra, é que no encaixe do braço existe um sistema que você consegue ir mexendo com a chave Allen, e funciona como um "calço" para o braço, é ótimo para regular a altura do braço.



A guitarra tem uma pegada muito boa e um timbre excelente. Segue um vídeo dela:
Espero que tenham gostado, assim que surgir mais algo para eu arrumar, posto aqui.

6 comentários:

  1. Demais!! Fender é uma belíssima guitarra, encantada!

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  2. padrao mesmo .. gostei dessa guitarrona nervosaaaaaaaaaaaa...

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  3. Parabéns,...mesmo! pela dedicação e por este amor ao instrumento....abraço

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  4. Olá.
    Você já alterou o ângulo do braç de uma Fender Strato Standard, colocando calço angulado na junção do braço com o corpo? Pesquiso isso para saber se consigo mudar a ação das cordas. Se já fez ou tem informação, como conseguir ou construir esses calços? Abraços. Zé Luís.

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    1. José Luís, uma vez comprei uma Condor RX30. Quando fui fazer a retífica do braço percebi que na junção entre o braço e o corpo havia uma folha de madeira com cerca de 1/3 ou 1/4 da espessura de um palito de picolé com mais ou menos 2 ou 3 cm de largura. Essa folha estava colada no corpo na parte mais próxima ao captador, fazendo com que o braço fosse levemente apontado no sentido oposto às cordas. Pelo que reparei usaram cola para evitar que a folha soltasse e para manter o máximo de contato com a madeira, evitando redução do sustain (acho eu).Posso dizer com certeza que o alinhamento ficou muito bom e a guitarra, mesmo com ação bem baixa, estava muito macia e sem trastejo. Não posso afirmar que isso seja uma boa prática, até porque sou "fucier" (o cara que aprende fuçando) e não luthier, no entanto, acredito que tenha sido uma boa solução de contorno, uma vez que ficou bem barata e nem o corpo e nem o braço precisaram sofrer qualquer alteração em sua construção. Repito, não estou dizendo que é uma boa prática, mas funcionou de forma muito satisfatória. Espero ter ajudado de alguma forma.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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